suavam as mão
balançavam os pés
as palavras simplesmente se recusavam a sair
queriam ficar lá dentro e, para isso, se agarravam às cordas vocais, embolando-as
até que uma corajosa meteu as caras
era conhecida pela petulância, apesar do tamanho diminuto
é
veio e se prolongou um pouco
ééééééé
na verdade, quando a primeiro abriu caminho entre cordas vocais emboladas
as irmãs se apresaram em acompanhá-la
com o caminho desembolado ficou fácil
o discurso saiu fluido
o fim (da tarde)
quarta-feira, 14 de março de 2012
sábado, 10 de dezembro de 2011
Á
tá lá,de lá prá cá, sem pará.
andá, pará, rodá e voltá a andá
sem escutá, sem clareá
sem captá,
pra que tanto Á
andá, pará, rodá e voltá a andá
sem escutá, sem clareá
sem captá,
pra que tanto Á
(in)certeza
será?
tem certeza?
não seria só mais uma efemeridade passageira?
e os planos?
e aqueles outros planos?
novos ou velhos, no fim, todos são planos.
e as concretizações?
e aquelas outras concretizações?
novas ou velhas, todas irão se desmanchar um dia
tem certeza?
não seria só mais uma efemeridade passageira?
e os planos?
e aqueles outros planos?
novos ou velhos, no fim, todos são planos.
e as concretizações?
e aquelas outras concretizações?
novas ou velhas, todas irão se desmanchar um dia
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Tecnologia não gera Gentileza
Primeiro, subiu ela.
Falou naquele tom meio emboladamente apressado de quem quer se mostrar prestativo. Aquele em que as palavras sobem umas nas outras a fim de ver o final do túnel da boca.
"Paga duas aqui"
Era o meio da noite de uma fria quinta feira naquela região universitária da cidade.
O ônibus para andar três ou quatro pontos, como descobriria logo depois, era quase um taxi particular.....um agrado. Acho q por isso aquele tom "pagga dusas aaquqi"
Assim q terminou a frase, ela, a outra, se apressou no monótono tom de quem já esperava a gentileza
"não deix......"
foi interrompida por aquele tom, o primeiro, que, denovo, embolava as palavras no ar
"sem problemas, eu pago"
Era tudo o que ela queria: uma confirmação de que ela, a outra, tomou conhecimento da gentileza.
Mas enquanto virava para dar aquela olhada de quem faz uma gentileza no meio da noite de uma fria quinta feira naquela região universitária da cidade, viu o que não queria ver:
O cartão azul-cinza de transporte bailando no ar.
Era ela, a outra, mostrando que não precisava MESMO pagar. Ela tinha uma maneira muito melhor de fazer isso.
Teve que aceitar e pagar só uma.
Era mais uma vez ela, a tecnologia, a atrapalhar ela, a gentileza.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
saudade
às vezes ela vem,
me encontra quando menos espero, em situações que deveria esquece-la
nao toca a campainha nem nada, enfia mesmo o pé na porta e entra
imediatamente os olhos se umedecem e um sorriso se forma
deveria esquece-la mas adoro encontra-la, nao adianta....
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
frente fria
hoje, o incansável vento leste deu lugar ao seu alter-ego mais explosivo
inconstante, o sudoeste fez levantar as saias das meninas e arrancou folhas das arvores
soube se impor:
aos pensativos, exigiu o olhar
aos apressados, o tempo de andar devagar
cantou alto e forte
os cabelos alisados se enrolaram de medo
e os casacos até saíram dos armários para entender o que se passava
mas poucos perceberam que ele, o sudoeste, não fazia isso por si
estava a anunciar a chegada da chuva, sua grande companheira
sábado, 30 de julho de 2011
uma prensa de quatro milhoes e meio um trabalhador de quinhentos reais
Notas (quase) aleatórias de uma aula sobre gestão empresarial:
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